"Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano. A sina dele era correr mundo, andar para cima e para baixo, à toa, como judeu errante. Um vagabundo empurrado pela seca. Achava-se ali de passagem, era hóspede. Sim senhor, hóspede que demorava demais, tomava amizade à casa, ao curral, ao chiqueiro das cabras, ao juazeiro que os tinha abrigado uma noite.
Deu estalos com os dedos. A cachorra Baleia, aos saltos, veio lamber-lhe as mãos grossas e cabeludas. Fabiano recebeu a carícia, enterneceu-se:
-Você é um bicho, Baleia"
(Vidas Secas, Graciliano Ramos)
--> E Baleia é a vida para qualquer retirante... sinto falta de uma Baleia em casa
Aproveitando o comentário de minha mãe, ouçam Samarica Parteira, música sensacional de Luiz Gonzaga... um causo do Sertão... não tem Baleia, mas tem Cruvina!
sábado, 27 de setembro de 2008
Vidas Secas - Baleia, a companheira do retirante
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