domingo, 16 de maio de 2004

CRÔNICA DE JULIO - julio_lins@hotmail.com



- nem vou explicar... vou colocar o e-mail que ele mandou para a galera, só para eu me sentir "chique bem", quase uma celebridade... ehehhehe



"oi "galega ega prga ser outra crgônica mas não pude evitar..." agagaquaga!!!! expeguimenta!!! tô com mania de falar assim e olhe que nem bebo mais mulhegada!!!!



essa crônica vai pra bito! vejam o fotolog dele é muito legal..... entrem no www.bitot.blogspot.com que lé tem um link eu não decorei!!! ele vai fazer a capa do meu álbum e a página da minha banda(ele ainda não sabe disso) se tudo der certo!!!!



aliás vou fazer charme igual a bito... : ninguém lê mais as minhas crônicas... nem comenta nada..."



52 GESSO



- ...pegue o anel coloque no sol por dez minutos e depois em cima...



- Colírio de Clorafenicol é o mais certo...



- Compressas de água morna duas vezes ao dia... tá horrível!



- ...um caroço de feijão que depois cê esfrega no local, depois cê queima e joga no mato...depois lave com chá de aroeira, depois.



Essa semana fui referência médica. Meus conhecidos: curandeiros e especialistas. Afinal nós brasileiros sabemos tudo, inclusive medicina e política. Os desconhecidos coitados... olhavam-me de soslaio e afastavam-se lentamente, fato que ocorreu no plano inclinado Gonçalves, enquanto apreciava a vista, e me fez perceber o quanto sinto falta de uma perna quebrada na adolesceência.



Sim, tenho esse trauma. Com exceção do teatro nunca quebrei a perna, nunca tive a sensação de ter as meninas da escola escrevendo no gesso branco que depois de algumas semanas tornar-se-ia marrom cor-de-sujeira. Como perguntaria o hipocondríaco de cada um: "têm coisa melhor que falar de seus sintomas?" Esse seria o momento propício para a confrontação e cura dos males interiores... e aquele terçol o instrumento.



Apesar do asco típico da nossa sociedade na qual doenças não fazem parte do dia a dia e isoladas em hospitais permanecem longe dos olhos, o meu olho inchado, cheio de pús e sangue (desculpe aos que no momento almoçam) chamava mais atenção que minha beleza interior, tornando-me digamos assim: especial.



Aguentei brincadeiras de todos os tipos. A minha mulher teria me dado um soco por chegar tarde em casa. Não sou casado ainda, e eu me esquivaria delicadamente de qualquer violência. Teria também negado algum pedido à uma grávida o que segundo a sabedoria popular gera "tençol". O fato é que ninguém que estivesse grávida me pediu algo... a não ser que fosse de duas semanas. Foi alguma de vocês?



Já as mulheres...ah! a sensibilidade das mulheres... Por causa do seu instinto maternal cobriram-me de carinho e atenção exatamente como imaginei. O fato é que recusei qualquer tipo de tratamento de forma a adiar a cura unninvited.



Eu sabia que aquilo era passageiro, apenas uma inflamação em um poro ou cílio qualquer que o organismo se encarregaria de resolver e resolveu exatamente como explica a página 502 do empoeirado Livro da Saúde.



De madrugada o Hordéolo (parece nome de gente, mas é só o nome científico) estourou em meu travesseiro que era branco (desculpas aos que estão jantando) forçando-me ao anonimato atroz. Assim acaba a estória...sem final feliz... e o pior, não tenho nem o gesso com o nome de cada uma delas para guardar no meu armário. O travesseiro não guardo.



Julio Lins - Salvador,12 de maio de 2004.

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