quarta-feira, 23 de abril de 2003

De mensagens em garrafas para garrafadas na cabeça. A transformação da minha vida nesses últimos 4 meses me dá poucas certezas, e uma delas é de que eu não sou louco. Mas mesmo assim não entendo muito esse mundo em que vivo.

Dentre tantas outras coisas para falar, uma delas é que é sempre bom ser reconhecido. Ganhar um adjetivo, ser apontado de...

Quando o dicionário não funciona mais. Quando a quantidade de juizos de valor se esgota ou quando já está além da conta suportável, chega a hora de se retirar.

Aprendi nesses 20 e tantos anos que não vale a pena brigar se não vou vencer... aprendi que chega uma hora que latir só vai resultar em muito barulho por nada... e que colocar o rabo entre as pernas, esconder-se num canto e esperar é a melhor solução. Covardia? Que seja, e foda-se! Estou farto de ter que ser sempre bom com os outros. Acabo tomando porrada mesmo, e sempre a mais forte e mais injusta é de quem menos se espera.

Por tanto, estou desempregado (ainda não é oficial), estou desligado de todo e qualquer trabalho voluntário, estou começando a viver de ir pra aula, fazer trabalho, tirar 7,. passar na disciplina e curtir meu fim de semana.

Nada mais de mensagens na garrafa, não quero receber as garrafadas de volta, principalmente sem que as mensagens sejam lidas.



Fico por aqui, depois de 1 ano, 2 meses e alguns dias, não posso dizer até amanhã...





(imagem copiada desse blog, muito legal, por sinal!)

domingo, 20 de abril de 2003

...

(Fábio Bito Teles)



De febre e de sonho meu corpo queima

queima com o desejo dos infernos de te-la

e te-la não somente corpo, mas te-la em tudo que eu possa.



De medo e de dor minha alma padece

padece com a falta de coragem minha

uma coragem que me é tão propria e tanto me falta.



De raiva e de ansiedade meus punhos fecham

fecham para segurar o amor que me escapa

e escapa por todos os cantos pela minha apatia.



E de vida e de amor meu coração pulsa

pulsa e bate como a marcação de uma macha

marcha que me conduz para um lugar desconhecido

e, por não conhecê-lo, não sei se sobrevivo.
Mensagem de Páscoa (em tempo!!!)



Estou de volta!!!



Não só fisicamente, mas também com a cabeça de volta pro lugar. Aproveitei minha Semana Santa pra refletir bastante à respeito de todos esses problemas (os meus e os do mundo). Pensei, dentre muitas outras coisas, que tanto trabalho, tanto esforço e essa limitação física me servem de lição. São obstáculos difíceis de serem superados. É difícil superar minha personalidade, minha natureza. Meu primeiro impulso é dizer "SIM", é agir. Minha primeira vontade é de me levantar e dançar, correr, me integrar. Tenho vontade de cair no mar, de chutar uma bola... essas coisas... Me privar disso é tão doloroso quanto a dor na coluna, até mais doloroso. Quando percebo que alguém precisa de ajuda, me prontifico logo... me coloco à serviço e nunca me lembro de que sou eu, nesse momento, quem precisa ser ajudado.



Minha conclusão nesse sentido é de que "valeu a pena". Sempre vale o sacrifício quando o resultado é glorioso. Saio fortalecido dessa batalha contra meus problemas. Saio ferido também, mas vai passar. O que fica, o que sempre fica, é o exemplo, é o sorriso. É o que foi construído. O pouco que perdi nesses 30 dias muito penosos, não chega perto do reconhecimento, não da minha paixão, mas da minha ressurreição...

terça-feira, 15 de abril de 2003

Lição de vida número 1:

Tudo na vida tem um lado bom!!!



Não adianta reclamar, não adianta apresentar 1000 argumentos. Tudo na vida tem um lado bom sim. Estou trabalhando desde as 8 da manhã... meu olho está aberto por pura teimosia e por uma dose de falta de vergonha na cara. Estou cansado, dolorido até. Amanhã tenho que estar de pé às 6 para a fisioterapia. Tudo pede um palavrão daqueles de fazer "PI" na TV e tudo. Pede? Mas não vai ter.



Quando fui levar Yve, Tássia e Daniel na porta daqui de casa (agora mesmo, às 3 da manhã) aquela chuva que tanto pedi desabou sobre a cidade... e fiquei ali, parado, tomando um delicioso, gelado e maravilhoso banho... no meio da rua, rindo da incrível sorte que tenho de estar acordado às 3 da manhã pra tomar chuva...



agora vou dormir pq amanhã o dia é looooongo...



boa (ÓTIMA!) noite...

segunda-feira, 14 de abril de 2003

:: Quinta-feira, Fevereiro 13, 2003 ::

...

Ontem fiquei abismado (e ja deveria ter me acostumado) com a hipocrisia do povo de lá da sala, na faculdade... vamos fazer um Jornal Comunitário...

Aviso desde já... Quem tem ouvidos... ouça!!!



"vai dar merda!!!"




Lembrar quando escrevi isso??? Dito e feito... e não foi por falta de aviso e dedicação da minha parte.



Podem falar o que for... se for pra chorar, vai pra o Campo Grande, no pé do Caboclo...

Hoje eu vou realizar meu último ato de consideração à algumas pessoas, escaneando as fotos, preparando um arquivo e amanhã entrego nas mãos de Deus... já fiz muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito mais do que minha obrigação...
Trabalho de frente pro mar, no último andar de um prédio na orla de Salvador. "Meu" computador (que é da galera mas como eu chego às 7, sento aqui e pronto... eheh) é de frente pra uma grande janela que me permite contemplar a natureza dando espetáculo.

Enquanto ouço Cassia Eller, sem muita coisa pra fazer, observo uma tempestade no mar. Lindo. A chuva forte, as núvens cinza... a luz difusa da manhã... do lado de cá, em terra, o sol brilha normalmente mas minha atenção está voltada para o horizonte e para aquela tempestade. Penso que os ventos estão trazendo esse turbilhão de água para perto...

Qualquer hora dessas abro a janela para ouvir esse mundo e para deixar que essa tempestade entre logo aqui e lave toda a sujeira de minha vida... qualquer dia desses...

domingo, 13 de abril de 2003

mibalas mibalas...



só mágica mesmo pra me fazer parar por esses dias.

Sinto um desequilíbrio na força e sinto um clima pesadíssimo no ar. Talvez seja a proximidade da Semana Santa e toda essa supervalorização da paixão, da dor e da angústia da Sexta-feira da Paixão. Mas talvez não.

Seja lá o que for, esse desequilíbrio não me deixa quieto e não posso cuidar da minha coluna direito. Um milhão de coisas para fazer, muitos buracos para tapar, muitos galhos para quebrar. Além disso, tem o mundo de bêbes chorões, que reclamam de tudo na vida... eu com minha vocação para muro de lamentações, recebo os choros e os murros desesperados... voltar pra Psicologia? Talvez! Pelo menos posso aprender melhor o que fazer com tanto doido na minha vida...



Esse post tá meio desequilibrado tb... pq são 12 e meia e eu não comi nada ainda...

quinta-feira, 10 de abril de 2003

ESTANDO AO SEU LADO

(eu mesmo)



Toda vez que estou ao seu lado

Sinto a língua coçar

E meu coração disparar

De tão encantado...



Fico querendo falar

Do que estou sentindo

E que quando te vejo partindo

Da vontade de chorar...



É um choro misturado

Com dor, medo, raiva e alegria

É até difícil de entender...



E eu aqui sentado, calado

Vou escrevendo a sua poesia

Porque não sei o que fazer!

domingo, 6 de abril de 2003

Algo me incomoda... e não é a dor na coluna (que está melhorando mas longe de estar bom)...



Passei todos esses dias (desde quinta) sem acessar à internet... sem prosseguir com minha insistente e laboriosa técnica de fazer os dias passarem mais depressa para que o futuro, que eu tanto quero que chege, chegue do jeito que eu desejo... e como não sei o que desejo exatamente, fico como um cãozinho sentado no meio de uma estrada... contemplando as duas margens sem precisar alcançar qualquer uma delas.



Sinto que, muito mais do que a indecisão, que angustia bastante, o problema é não ter o que escolher, ou melhor, não faz sentido escolher. "Deixar o tempo passar" é o trato... mas como? como deixar que ele passe sem agir, sem me posicionar? Sinto-me como esse cãozinho no meio da estrada... alheio aos perigos (que ainda não apareceram, mas virão, certamente, pela frente ou por tras)... e atento aos chamados dos lados da estrada...



E enquanto não há diferença entre estar lá ou lá... fico aqui mesmo... nessa inércia chata... só tenho medo de uma coisa... no dia em que eu for pra um lado, não poder contemplar o outro claramente... ou então que uma carroça passe por cima de mim, o que é bem mais provável...



(ai, Lucas... por sua culpa eu terminei escrevendo sem os argumentos que eu queria... escrevi do jeito que veio na cabeça)

quarta-feira, 2 de abril de 2003

oi... a falta de post não é falta de novidades ou de textos interessantes... é tudo culpa de uma super-hiper-mega-ultra-cyber crise de coluna que tá me deixando, além de preocupado, um pouco triste... mas nada demais... tudo passa, tudo passará...



Estive pensando... uma das coisas que me deixam mais triste hoje em dia é um pequeno ato que, normalmente, é abominado por 9 em cada 10 pessoas na face da terra: satisfação... Acho que minha vida fica cada vez mais chata quanto menos satisfação eu tenho a dar para alguem. Droga, explicar-se significa que alguém quer saber de você, entende? Hoje, por exemplo, sai de casa às 6:30 da manhã e só cheguei às 12:30 da madrugada... a única coisa que fiz foi falar que não chegaria em casa pra almoçar e jantar... e só... nada de desculpas, nada de negocioações... ninguem para quem eu ligasse pra dizer "olha, eu to aqui na pizzaria com uns amigos e não devo demorar... isso... só amigos, quando chegar eu te ligo, tá?"... sinto falta dessas coisas! Me sinto meio solto no mundo quando penso isso...



Algumas coisas me salvam, me fazem melhor... quando uma amiga pede pra que eu ligue quando eu chegar em casa, preocupada com o horário (já que moro longe)... ou quando recebo um e-mail perguntando "onde tá tu"? Isso me deixa melhor... mas ainda sinto falta de alguem que me pergunte: "Onde é que você esteva até uma hora dessas???"