segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Saudade Nova
- passei na pós e definitivamente vim morar em São Paulo... -

A partida nunca é uma coisa fácil. Dói na gente, dói em tudo. Borboletas na barriga, minhocas na cabeça... a saudade quando é nova, machuca, incomoda. Isso porque é uma saudade com gosto de presença. Toda despedida é assim. Dói quando a gente vai pra longe de quem a gente ama. Eu já deveria ter me acostumado, mas, de fato, não me acostumei. Sou do tipo que não me abalo, que não demonstro tristeza... para mim, o primeiro passo para a felicidade é querer ser feliz.

Depois dessa fase ruim, de saudade nova, vem a saudade madura, da lembrança gostosa de histórias, risadas e abraços. E ai que sentimos como é boa a saudade... saudade já não é sentir falta, mas se alegrar com a presença de um dia.

Mas agora sinto falta. Falta do meu amor, de meus pais e de um punhado de amigos especiais. Sinto falta porque meu coração, minha pele, meus sonhos, ainda trazem consigo registros da presença: o calor, as vozes, o toque. Se eu fechar os olhos tenho a sensação de que posso alcança-los logo à frente. Mas meus braços não são tão longos. Ai, como eu queria ter braços do tamanho do mundo, e olhos que vissem longe... mas não tenho. É esse o problema da saudade nova: faz-me querer ser oq ue não posso ser... tira meu foco das pessoas e coloca o foco no vazio. O vazio é que dói, o vazio não deveria existir... e em tempo irei preenche-lo com histórias, risadas e abraços tirados da memórias, envoltos da saudade boa.

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