segunda-feira, 17 de junho de 2002

NOSSA! Isso só acontce comigo!



O nome dela é Julia... Julia Maia para ser mais preciso.

Na sexta serie, ela era da turma G. Colega de Ludmila, uma amiga minha.

O ano de 93 começava bem para mim. Com doze anos, cabelos longos, escorridos, um oculos lindo, meio vermelho... minto! Era vinho. A primeira vez que vi essa criatura, a Julia, eu estava no gramado em frente ao meu colegio... falavamos de não sei o que à espera da mãe de Lud que iria trazer a gente pra casa.

Julia apareceu, linda! Com o oculos igual ao meu... o cabelo do tamanho do meu... e foi paixão à primeira vista, certamente! Falei alguma coisa, fizemos comentarios que não lembro e PAF! Levei um tapa na cara... serio mesmo! Um tapa na cara sem que nem porque... Eu, que já estava apaixonado, delirei com o momento... entramos no carro e o caminho foi longo até Piatã...

Julia estava no carro tambem... era a primeira vez que eu pegava carona com Lud e fiquei esperando a mãe dela parar o carro em qualquer bairro para deixar Julia... para minha surpresa... a mãe de Lud nos deixou no mesmo ponto!!! Julia morava (e ainda mora) na rua perpendicular à minha... aqui do lado!!!

Me assustei, me empolguei, fiquei vermelho, fiquei feliz... extase total...

Pois sim... foi assim que conheci Julia, com um tapa...

O tempo foi passando e a gente se conhecendo. Como não era sempre que a mãe de Lud pegava a gente, muitas vezes viemos de onibus pra casa, eu e Julia... passavamos uma hora cantando musica sertaneja (um gosto comum e normal na epoca)... eramos um casal de pardais fazendo a musica ecoar no Itinga ou no Mussurunga R2...

Descobri que gostavamos das mesmas coisas... tocavamos teclado, gostavamos de escrever... era massa! Minha irmã gostava dela tambem...

No dia do meu aniversario de 13 anos, ela preparou uma festa surpresa pra mim... foi linda... eu vestia uma camisa cinza, com detalhes vinho, da cor dos oculos... tinha brigadeiro, bolo, presente e o escambau... adorei aquela festa...

Antes que todos perguntem o porque dessa historia logo agora, nove anos depois... relaxe ai que eu conto...

Um dia depois da festa, dia 30 de Outubro, ela veio tomar café aqui em casa... tomamos banho de piscina de tarde como de costume... depois, ficamos no meu quarto (que era o mesmo de minha irmã)... elas escrevendo nas agendas e eu tocando teclado.

Nesse dia, não lembro de que jeito, chegamos à conclusão de que estavamos namorando apesar de que eu nunca tivesse nem chegado perto da boca dela...

Acordei no dia seguinte todo contente... minha primeira namorada de verdade depois de Paulinha (do Jardim 1, em 86)... meu primeiro beijo poderia estar me esperando ali na esquina...

Fui à casa dela estudar matemática (odeio matematica)... e quando cheguei lá, antes de qualquer coisa, fomos para o quarto e tivemos a unica conversa seria da nossa vida de casal... ela chegou à conclusão que não poderiamos namorar pq eramos muito amigos... e que não ia dar certo e tudo mais... foi um balde de agua fria que, para um final de ano, não era nada bom...

Quando acabou o ano letivo, viajei para a minha casa na Ilha... perdi contato... quando voltei de viagem, voltei para o ISBA, ela tinha mudado de colegio... e eu não tive coragem de ligar... quando fiz... o numero havia mudado...

Julia sumiu do mapa...

Passei um bom tempo passando pela fretne do predio de tres andares dela... com a esperança de que ela estivesse na janela mas ela nunca estava...

Em 96, no Costa Verde, nos encontramos rapidamente... ela fazia "steps" na academia... eu estava indo para o treino de futebol... ela perguntou se eu lembrava dela... e é claro que eu lembrava... de tudo!!! Tive que correr para não perder o horario do treino e o lugar no primeiro time... e depois desse dia, certamente uma quinta-feira, por volta das 6 da tarde, eu nunca mais tinha visto Julia Maia...

Pois bem...

Hoje, 2002, eu chegava da faculdade de carro e, como de costume, passei pela frente do predio dela... Olhei para a janela e não vi nenguem como sempre (AH! Detalhe... sempre que passo de carro por lá, dou duas buzinadas, só por desencargo de consciencia)... e quando eu olhei pro lado, estava ela no telefone publico... tenho certeza que era ela... ela me viu também... quando meu carro passou ela ficou olhando e eu, pelo retrovisor, retribui o olhar (acho que ela lembrou de mim)... pensei em voltar, em dar ré... mas fiquei com medo... cheguei em casa, estacionei e pensei um pouco...

Lembrei dessa historia toda e resolvi sair pra comprar bolacha... mas ela já não estava lá... a luz do quarto dela estava acesa... mas acho que nunca mais falarei com ela...

Tão perto... e tão longe...

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