quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

post em homenagem e "por culpa" de Sandra...



Fico louco. Doido. Aquela vontade de escrever. De escrever logo! Fico ansioso para ler e ouvir em um português simples, em analogias e metáforas, aquilo que sinto e penso. Quando sento e pego meu caderno, minha caneta, luto como um louco até encontrar a palavra certa.



Escrever é muita coisa. É como beber água, é como tomar sorvete, é como respirar, algumas vezes. Escrever é como caminhar numa ladeira, horas pra cima, horas pra baixo... mas acho que o que mais se aproxima do que seja escrever – ao menos comigo é assim! - é a louca e cansativa procura pela invisível ponta de uma fita adesiva. Rodo, rodo, viro de todos os lados. Uso a unha, os dedos, os dentes. Uso uma faca, uma régua. Procuro na luz, nas sombras até que, casado ou relaxado, domino a ponta grudada e a fita se desenrola tranqüilamente até quando eu queira, ou até quando acabe.



Escrever é tudo isso... uma busca por um início imperceptível que queima os neurônios, que aperta o coração. Não acho que se pode escrever sem lutar... um tipo de “no pain, no gain” literário... acho isso porque não acredito na inspiração pura e simples... acredito no trabalho e no encantamento.

Nenhum comentário: